sexta-feira, 1 de julho de 2011

Aderindo ao PROUNI Religioso


Uma vez assisti uma crítica de um padre a respeito da diminuição da maior idade penal; ele era contra. Fiquei indignada ao ouvir isso. Porém quando ele se explicou tudo ficou muito claro para mim: o que é mais fácil – Mudar o modelo de educação dos jovens, principalmente os de periferia ou, simplesmente, prendê-los para que, na escola da bandidagem, aprendessem cada dia a ser mais bandido? Com certeza a segunda opção. E criar-se-ia outro problema: onde prendê-los?
Enfim, acreditei que aquela justificativa dada pelo sacerdote foi suficiente e correta. Lembrei-me das ruas, tão tumultuadas de carros, com tantos problemas de tráfego e um crítico a explicitar: “O problema não é os muitos carros na rua. É que as ruas foram muito mal planejadas pelos então políticos”.
Ainda, lembrei-me do famoso PROUNI, “programa do Ministério da Educação, criado pelo Governo Federal em 2004, que oferece bolsas de estudos em instituições de educação superior privadas, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros, sem diploma de nível superior” (fonte: MEC). O que seria mais fácil: criar bolsas para alunos que tiveram pouca formação nas escolas públicas, por causa de nossos políticos corruptos que não investem na melhoria da educação como um todo (biblioteca, cozinha, sala de aula, carteiras, materiais etc.), ou mudar todo um modelo de educação, no qual professores bem remunerados, com materiais e formação de qualidade lecionassem para os alunos com estômago cheio e material didático excelente? Sem sombra de dúvidas, que a primeira opção é a mais viável.
Alonguei-me aqui para mostrar como o brasileiro (falo de nossa linhagem porque não conheço outros países e seus povos) ama, aprecia, sente um regozijo interior em “tampar buracos”, “tampar o sol com a peneira” como dizia os antigos em vez de ir à raiz do problema e buscar uma solução. John Lennon já cantava que “não há problemas, apenas soluções”; mas essa solução que o garoto de Liverpool falava não era um PROUNI: era uma solução radical, que abalassem as estruturas de todo um paradigma já estabilizado. Independente de qual ideologia Lennon seguia, a sua frase é uma voz da verdade.
Todavia, sabe qual é o pior disso tudo? É que essa moda entrou até na Igreja! Sim, caros leitores, sim! Como? Já te responderei. Surge, então, em nossa paróquia a seguinte situação: nas festas de santos vendem-se bebidas alcoólicas. Nunca se ouviu dizer de brigas nessas festas, porém foi-nos pedido que fôssemos solidários a uma determinada pastoral formada por ex-viciados e que paremos de vender as bebidas, que tanto animam nossos festins e nada de mal ocorre (Eclo 31, 36). Pensemos: o que é mais fácil para um líder – banir as bebidas, para que passemos a falsa impressão de que tudo está bem e que esses ex-viciados são ex-viciados mesmos, ou conscientizar toda uma paróquia sobre os males e perigos diante dos excessos no consumo do álcool (Eclo 31, 38)? Com certeza é muito menos trabalhoso e árduo a segunda opção! Em suma: estamos aderindo ao PROUNI Religioso no qual os cristãos fingem que não bebem ou estão curadas e nossas lideranças fingem que acreditam.

E o pior de tudo sabe o que é? É que a autora do texto não gasta seu suado dinheirinho com álcool em festas. E sabe por que peguei essas dores? Porque não sou fanática, possuo formação crítica, estou dentro da Igreja, estudo a minha fé e não consigo reconhecer a minha religião ao analisar essas decisões pensadas por indivíduos que creem estar na Assembléia de Deus ou qualquer uma dessas denominações religiosas.


Para finalizar esse texto que corrói até meus pensamentos (de tão ácido), quero lembra-vos, queridos leitores, que quem participa de festa de santo não é bandido, criminoso para que qualquer latinha seja motivo de ir para a “cadeia”. SOMOS PAROQUIANOS E DOAMOS NOSSO TEMPO A SERVIÇO DE DEUS E DA IGREJA, por isso exijo muito respeito a mim, meus pais, familiares e companheiros na fé. Vejo nessa atitude idealizada por um “ser” (que empurrou mais outros, inclusive lideranças) que os valores se inverteram e que, realmente, ele não sabe o que é ser cristão, ser irmão e não sabe o que é ser CATÓLICO!


Não repreendas o próximo durante uma refeição regada a vinho; não o trates com desprezo enquanto ele se entrega à alegria” (Eclo 31, 31).

2 comentários:

  1. Um tapa na cara de muitos, hein. Acho engraçado quando o errado vem querer dar lição de moral na gente. Parece com aqueles casos em que o mulherengo e puteiro se "converte" e depois fica querendo empurrar a merda do seu "arrependimento" na gente, indicando passagens na Bíblia, citando igrejas de crente que deveríamos seguir, etc. É por isso que o mundo vai explodir. Pois ninguém quer se enxergar, mas fica reparando o rabo do outro.

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    1. Verdade meu querido. Infelizmente essa é a realidade e qm paga o pato infelizmente são os inocentes.

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