domingo, 24 de julho de 2011

Festa da Paróquia--> Entre contradição e apoio!


Ontem, dia 23, ocorreu a esperada festa julina da Paróquia Cristo Rei. Uma festa grandiosa em prol das melhorias na referida comunidade. Esse evento tinha um adicional a mais no quesito desejado: a venda do álcool, prejudicaria ou não a festa? Acabei indo para verificar a reação dos frequentadores.

Na chegada logo verifiquei um detalhe que, a priori, acreditei que seria causa de muitos problemas: na frente do portão paroquial, mas do outro lado da rua, havia barraca de cerveja e coquetel. Pensei: essa quero ver... vamos verificar o que a "sobriedade" vai fazer.

Entramos, compramos quitutes, fomos no bazar, encontramos nossa família, enfim, foi extremamente agradável. Porém percebi que os participantes da festa compravam a cerveja e entravam, normalmente, ao contrário do que previa a "sobriedade", já que eles fazem e acontecem, são os donos da igreja e diziam que barrariam as pessoas.

Não bebi cerveja, apenas um copo de quentão (que estava sendo vendido na própria festa [detalhe: álcool! Que contradição!]) e refri, juntamente com meu esposo. Após certo tempo, decidimos ir embora, já que estava com sono e cansada.

Resumindo: essa festa seria um meio termo entre o que eu penso e o que nosso pároco aceita - a igreja vendeu álcool? Não! Mas quem gostaria ficou sem beber? Não, porque, quem quisesse, teria a opção de sair da festa, comprar a bebida e voltar.

Gostei da festa, porque contemplou todo o povo de Deus, povo este tão heterogêneo e multicultural. Agora o que me admira é que, em sua homilia na Missa na Migrante, nosso vigário pe. Paulo Ricardo elogiou a festa por não ter havido álcool, que os pais não chegaram em casa e não brigaram com suas esposas e filhos etc. que contradição: houve álcool (mesmo que indiretamente), não houve brigas (porque nas festas anteriores não houveram brigas) e quanto a briga de maridos... bem, será que ele tem essa "televidência", ou amplitude para saber se há ou não brigas em casa quando a álcool nas festas religiosas? Como ele mesmo afirmou em sobre festas cristãs, "o mundo acha um sacrifício a gente optar por uma festa religiosa, em vez da balada"; ou seja, não é qualquer um que vai em festa de igreja.

Isso só nos prova uma coisa: nossos atuais padres não estão tão presentes em nossos eventos comunitários, pouco conhecem dos seus paroquianos e pouco ajudam (braçalmente) nas festas. Verdade seja dita e justiça seja feita!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Como é difícil ser Cristão!



"Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos" (Jr 17, 7-8).
         
Como é maravilhoso esse texto retirado da Bíblia! É um bálsamo diante das dificuldades que encontramos durante todo o decorrer de nossa vida terrestre. O mais interessante é que Deus não promete felicidade completa na terra, mas, vencidas as batalhas contra o mal, nossa plena alegria será no reino dos céus.

Todavia, convenhamos... como é difícil ser cristão!!! A gente tem que se dar ao luxo de presenciar cada baboseira, cada cena que nós acreditamos, às vezes, nem ser de verdade... Só a fé, a esperança e a caridade (amor) para nos tornar cada vez melhores cristãos.

Como é difícil confiar no Senhor diante da "seca de um ano", ou diante do "calor"... somos fracos, irmãos, muito fracos. Por isso nossa amada Igreja nos ensina a termos como modelo os santos, os quais em suas vidas terrenas foram exemplos de virtude, paciencia, compaixão, compreensão etc. para com o próximo. Por exemplo, como a Beata Madre Tereza de Calcutá teve paciencia para com os meandros da Igreja para ser aprovada sua retirada do convento... quanta paciencia heróica ela teve ao cuidar de seus enfermos e ao ser provada pelo inimigo, por meio de homens que queriam ver "o oco" de sua obra... entretanto, irmãos, ela batalhou, lutou e viu como frutificava suas obras com o tempo. A luz da Índia, sim, frutificava mesmo em meio a seca de um ano.

Agora nós, o que nos resta? Nos resta vencer uma a uma as batalhas que nos são expostas no dia-a-dia, por meio de nossos maridos/esposas, filhos, pais, parentes, companheiros de trabalho e religião etc. porque o cristão que crê que ser cristão é só ir na Missa está muito, mas muito enganado. Ir na Missa não te coloca no teste para ver se você está ou não a altura do Paraíso. Por isso, devemos VIVER a Igreja, colaborar com ela, pois quanto mais colaboramos para a edificação da religião, maior será nosso pedacinho no céu.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Aderindo ao PROUNI Religioso


Uma vez assisti uma crítica de um padre a respeito da diminuição da maior idade penal; ele era contra. Fiquei indignada ao ouvir isso. Porém quando ele se explicou tudo ficou muito claro para mim: o que é mais fácil – Mudar o modelo de educação dos jovens, principalmente os de periferia ou, simplesmente, prendê-los para que, na escola da bandidagem, aprendessem cada dia a ser mais bandido? Com certeza a segunda opção. E criar-se-ia outro problema: onde prendê-los?
Enfim, acreditei que aquela justificativa dada pelo sacerdote foi suficiente e correta. Lembrei-me das ruas, tão tumultuadas de carros, com tantos problemas de tráfego e um crítico a explicitar: “O problema não é os muitos carros na rua. É que as ruas foram muito mal planejadas pelos então políticos”.
Ainda, lembrei-me do famoso PROUNI, “programa do Ministério da Educação, criado pelo Governo Federal em 2004, que oferece bolsas de estudos em instituições de educação superior privadas, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros, sem diploma de nível superior” (fonte: MEC). O que seria mais fácil: criar bolsas para alunos que tiveram pouca formação nas escolas públicas, por causa de nossos políticos corruptos que não investem na melhoria da educação como um todo (biblioteca, cozinha, sala de aula, carteiras, materiais etc.), ou mudar todo um modelo de educação, no qual professores bem remunerados, com materiais e formação de qualidade lecionassem para os alunos com estômago cheio e material didático excelente? Sem sombra de dúvidas, que a primeira opção é a mais viável.
Alonguei-me aqui para mostrar como o brasileiro (falo de nossa linhagem porque não conheço outros países e seus povos) ama, aprecia, sente um regozijo interior em “tampar buracos”, “tampar o sol com a peneira” como dizia os antigos em vez de ir à raiz do problema e buscar uma solução. John Lennon já cantava que “não há problemas, apenas soluções”; mas essa solução que o garoto de Liverpool falava não era um PROUNI: era uma solução radical, que abalassem as estruturas de todo um paradigma já estabilizado. Independente de qual ideologia Lennon seguia, a sua frase é uma voz da verdade.
Todavia, sabe qual é o pior disso tudo? É que essa moda entrou até na Igreja! Sim, caros leitores, sim! Como? Já te responderei. Surge, então, em nossa paróquia a seguinte situação: nas festas de santos vendem-se bebidas alcoólicas. Nunca se ouviu dizer de brigas nessas festas, porém foi-nos pedido que fôssemos solidários a uma determinada pastoral formada por ex-viciados e que paremos de vender as bebidas, que tanto animam nossos festins e nada de mal ocorre (Eclo 31, 36). Pensemos: o que é mais fácil para um líder – banir as bebidas, para que passemos a falsa impressão de que tudo está bem e que esses ex-viciados são ex-viciados mesmos, ou conscientizar toda uma paróquia sobre os males e perigos diante dos excessos no consumo do álcool (Eclo 31, 38)? Com certeza é muito menos trabalhoso e árduo a segunda opção! Em suma: estamos aderindo ao PROUNI Religioso no qual os cristãos fingem que não bebem ou estão curadas e nossas lideranças fingem que acreditam.

E o pior de tudo sabe o que é? É que a autora do texto não gasta seu suado dinheirinho com álcool em festas. E sabe por que peguei essas dores? Porque não sou fanática, possuo formação crítica, estou dentro da Igreja, estudo a minha fé e não consigo reconhecer a minha religião ao analisar essas decisões pensadas por indivíduos que creem estar na Assembléia de Deus ou qualquer uma dessas denominações religiosas.


Para finalizar esse texto que corrói até meus pensamentos (de tão ácido), quero lembra-vos, queridos leitores, que quem participa de festa de santo não é bandido, criminoso para que qualquer latinha seja motivo de ir para a “cadeia”. SOMOS PAROQUIANOS E DOAMOS NOSSO TEMPO A SERVIÇO DE DEUS E DA IGREJA, por isso exijo muito respeito a mim, meus pais, familiares e companheiros na fé. Vejo nessa atitude idealizada por um “ser” (que empurrou mais outros, inclusive lideranças) que os valores se inverteram e que, realmente, ele não sabe o que é ser cristão, ser irmão e não sabe o que é ser CATÓLICO!


Não repreendas o próximo durante uma refeição regada a vinho; não o trates com desprezo enquanto ele se entrega à alegria” (Eclo 31, 31).